O PRISIONEIRO ANARQUISTA MARTIN IGNAČÁK ENTRA EM GREVE DE FOME

Na sexta-feira, 27 de maio de 2016, em Pankrác, o prisioneiro anarquista
Martin Ignačák, acusado de terrorismo, entrou em greve de fome. Ele fez
isso porque em 29 de abril de 2016 o Tribunal da Cidade de Praga decidiu
em favor de sua libertação da prisão preventiva, mas o advogado do
Estado recorreu dessa decisão ao Tribunal Superior de Praga. Na
sexta-feira, 27 de maio de 2016, o Tribunal Superior de Praga prolongou
a prisão preventiva. Assim, o anarquista decidiu protestar entrando em
greve de fome e parou de se nutrir e de tomar líquidos. Esse tipo de
greve de fome ameaça a vida da pessoa depois de uma semana.

Durante o ano de investigação sobre a preparação de um suposto ataque
terrorista, o prisioneiro anarquista esgotou todas as opções legais para
alcançar um processo objetivo dos respectivos órgãos ativos nos
procedimentos criminais. Nenhuma delas foi levada em conta. É por isso
que ele agora escolheu essa forma radical de expressão, para chamar
atenção para esse caso policial manipulado. “_Eu considero que a
abordagem dos investigadores e da polícia é bastante problemática, ela é
uma ameaça à liberdade de qualquer ser humano, uma ameaça à liberdade de
expressão, uma ameaça ao ativismo que tenta nos levar a um mundo melhor.
E isso não envolve apenas os anarquistas_.”

Martin está sendo processado no chamado “Caso Fênix”, de abril de 2015,
no qual um total de 5 pessoas foram acusadas de preparação e de não
notificação de um ataque terrorista num trem. Martin é o único que tem
estado em prisão preventiva por todo esse tempo, e sua detenção agora
foi estendida depois da intervenção do advogado do Estado. Como uma
razão para a extensão da prisão preventiva, o advogado do Estado usou o
testemunho de um policial que estava infiltrado no movimento anarquista
em 2014. Do seu testemunho, o advogado do Estado chegou à conclusão de
que Martin pode tentar escapar para a Espanha. Outra razão, de acordo
com ele, era de que Martin “_está conectado à chamada Síť revolučních
buněk / Rede de Células Revolucionárias (SRB) e, portanto, também a
organizações similares no exterior_.” Quaisquer ligações entre os 5
ataques atribuídos à SRB e a todos os detidos e acusados foram
refutadas. “_Os próprios investigadores descartaram essa
possibilidade_”, diz Martin.

Até o momento, Martin é o segundo prisioneiro com o maior tempo de
detenção em prisão preventiva em Pankrác. Há 13 meses ele vive sob essas
condições, que afetam negativamente seu estado psicológico e físico. Por
exemplo, ele foi impedido de receber comida livre de produtos animais, o
que significa que ele praticamente não tem acesso a comida quente.
Amigos que iam visitá-lo foram mencionados pelo nome na acusação. A
polícia do Departamento de Combate ao Crime Organizado começou a coletar
informações sobre a irmã de Martin, simplesmente porque ela tenta ajudar
seu irmão de qualquer maneira que pode.

A liberdade condicional de Martin significaria que depois de 13 meses
ele poderia ver novamente seus amigos, sua família, a natureza;
significaria que ele não estaria exposto à privação emocional e ao
sofrimento físico.

ATUALIZAÇÃO DO DOMINGO, DIA 29 DE MAIO: A irmã de Martin, Pavla B.,
juntou-se ao protesto e, nessa manhã, ela também iniciou uma greve de
fome.

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